Piada interna

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Uma volta como outra qualquer. Saíamos do campus da faculdade, apelidado de Bósnia – fica longe e está destruído – eu, o Bira, o Fossa e o Mafo. O Fossa falava alguma coisa de prova, dizendo que não se saíra bem (quando perguntei que nota ele tinha tirado, meteu um oito na minha cara). Nisso o Bira interrompe e me pergunta, com uma seriedade de quem pede compaixão: “Inclusive, tu tem pêlo no cu?”. Falando em cu, emendou o Mafo, vamos correr pelado aí nesse campo de golfe? Mas assim, sem mais nem menos, cara? É, meu, pelado.

O Fiesta branco parou no acostamento e nós descemos. Era noite, desmentida pelo horário de verão, de modo que foi preciso pular a cerca rápido, no breve intervalo entre a passagem de um carro e outro. Quatro caras balançando suas partes contra as coxas num lugar elitizado como só um campo de golfe sabe ser. Não tinha protesto maior que esse. Mas aí uma coisa bizarra: uma vaca pastando perto do buraco dezesseis. Nada de anormal num ruminante mascando grama, mas, com tampa?

Cara, a vaca tem uma tampa na barriga. Olha lá. Olha lá o que, tá louco? Eu lá vou ficar olhando essas aberrações, velho? E tá escorrendo alguma coisa do buraco. Tá mal tapado. É um líquido marrom, sei lá o que é. A única interpretação que fazia sentido era que o animal era usado para as experiências satânicas dos veterinários do campus.

Levamos ela de volta para a faculdade e ficaram felizes em rever a Marmita. E por que é mesmo que vocês estão pelados? – uma funcionária perguntou. É protesto, moça.

2 Responses to “Piada interna”

  1. Lia Says:

    Tá em análise ainda.
    Mas vem cá,a vaca sobreviveu?

  2. Tólents Says:

    Pôxa! Tinha que falar na vaca de novo? Que nojo!

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